Trabalho Pronto - Machado de Assis
Resumo sobre o autor Machado de Assis.
Biografia
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu, viveu e morreu no Rio de Janeiro de 21 de junho de 1839 até 29 de setembro de 1908. De origem humilde, gago e epiléptico, este mulato se tornou tipógrafo com 15 anos (o chefe da tipografia era Manuel Antônio de Almeida) e tinha grande facilidade em leitura, o que lhe rendeu grande cultura. Completamente apaixonado pela esposa Carolina Xavier de Novais, que lhe influenciou durante toda a vida. Ficou extremamente taciturno com sua morte em 1904.
Embora tenha começado como poeta romântico aos quinze anos de idade, foi o maior escritor realista do Brasil e, possivelmente, o maior escritor do Brasil. Nunca aceitou o Naturalismo, tendo criticado fortemente O Primo Basílio de Eça de Queirós (eles desenvolveram uma admiração mútua depois) e novamente tendo feito crítica ao Naturalismo no famoso conto O Alienista. Não só de obra ficcional, foi cronista e escreveu sob pseudônimo de modo muito eficientemente discreto e secreto, tanto que só mais de 40 anos após sua morte descobriu-se que ele era o autor das crônicas. São as chamadas Crônicas do Lélio. Também foi funcionário público, mas sem muita dedicação, membro fundador e primeiro presidente (perpétuo) da Academia Brasileira de Letras. Após a morte de Carolina, no entanto, passou a comparecer menos às reuniões.
De uma obra de alta complexidade, merecedora de um estudo à parte da dos outros escritores do período, é normalmente divida em duas fases. Os da primeira fase são mais românticas e incluem Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, quase todas as quinze peças de teatro, os dois primeiros livros de contos e as primeiras críticas literárias. Os melhores e mais requeridos são os da segunda fase, que incluem seus melhores contos (entre os mais famosos, O Alienista e A Cartomante) e os romances Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. O último romance de Machado, muito pouco comentado pela crítica, foi publicado postumamente: Casa Velha.
Citações
" Ela queria um homem que ao pé de um coração juvenil e capaz de amar, sentisse força bastante para subi-la aonde a vissem todos os olhos." A Mão e a Luva
"Guiomar, que estava de pé defronte dele, com as mãos presas nas suas, deixou-se cair lentamente sobre os joelhos do marido, e as duas ambições trocaram o ósculo fraternal. Ajustavam-se ambas, como se aquela luva tivesse sido feita para aquela mão." A Mão e a Luva "A lei dos contrastes tinha ligado essas duas criaturas, pois tão petulante e juvenil era a filha de Luís Garcia, como refletida e plácida a filha do Sr. Antunes.
Uma ia para o futuro, enquanto a outra vinha já do passado; e se Estela tinha a necessidade de temperar a sua atmosfera moral com um raio de adolescência da outra, Iaiá sentia que havia em Estela alguma coisa que sarar ou consolar." Iaiá Garcia "Se antes de casar, Iaiá possuía o abecedário da elegância, depressa aprendeu a prosódia e a sintaxe; afez-se a todos os requintes da urbanidade, com a presteza de um espírito sagaz e penetrante. nenhuma nuvem do passado veio sombrear a mente de um ou de outro; ninguém se interpunha entre eles. Iaiá escrevia algumas vezes a Estela, que lhe respondia regularmente, e no mais puro estilo de família. De longe em longe a enteada presenteava a madrasta, que lhe retribuía logo na primeira ocasião.
Quanto à encontrarem-se, era difícil; Estela aplicava todos os seus cuidados à nova ocupação." Iaiá Garcia "Quem não sabe que ao pé de cada bandeira grande, pública, ostensiva, há muitas vezes outras bandeiras modestamente particulares, que se hasteiam e flutuam à sombra daquela, e não poucas lhe sobrevivem." Memórias Póstumas de Brás Cubas "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos." Memórias Póstumas de Brás Cubas "Que era, há um ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo, Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade." Quincas Borba "Ao vencedor, as batatas!" Quincas Borba "Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e..." Dom Casmurro "Não, não, eu não sou teu pai!"
Dom Casmurro "Serão grandes, oh! Grandes! Deus há de dar-lhes muitos benefícios. Eles hão de subir, subir, subir... Brigaram no ventre de sua mãe, que tem? Cá fora também se briga. Seus filhos serão gloriosos. É só que lhe digo. Quanto a modalidade da glória, coisas futuras!" Esaú e Jacó "Nada era novidade para o conselheiro, que assistira a ligação e desligação dos dois gêmeos. Enquanto o outro falava, ele ia remontando os tempos e a vida deles, recompondo as lutas, os contrastes, a aversão recíproca, apenas disfarçada, apenas interrompida por algum motivo mais forte, mais persistente no sangue, como necessidade virtual. Não lhe esqueceram os pedidos da mãe, nem a ambição desta em os ver grandes homens.
" Esaú e Jacó "Ora bem, faz um ano que voltei da definitivamente da Europa. O que me lembrou esta data foi, estando a beber café, o pregão de um vendedor de vassouras e espanadores: 'Vai vassouras! Vai espanadores!' Costumo ouvi-lo outras manhãs, mas desta vez trouxe-me a memória o dia do desembarque ao meu Catete, à minha língua. Era o mesmo que ouvi há um ano, em 1887, e talvez fosse a mesma boca." Memorial de Aires "Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro. Aguiar estava sentado ao porta direito, com as mão cruzadas sobre o joelho.
D. Carmo, à esquerda, tinha os braços cruzados a cinta. Hesitei entre ir adiante ou desandar o caminho; continuei parado alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao transpor a porta da rua, vi-lhes no rosto e na atitude uma expressão a que não acho nome certo ou claro; digo o que me pareceu. Queriam ser risonhos e mal se podiam consolar. Consolava-os a saudade de si mesmos." Memorial de Aires "Mas o ilustre médico, com os olhos acesos de convicção científica, trancou os ouvidos à saudade da mulher, e brandamente a repeliu.
Fechada a porta da Casa Verde, entregou-se ao estudo e à cura de si mesmo. Dizem os cronistas que ele morreu dali a dezessete meses, no mesmo estado em que entrou, sem ter podido alcançar nada. Alguns chegam ao ponto de conjeturar que nunca houve outro louco, além dele, em Itaguaí; mas esta opinião, fundada em um boato que correu desde que o alienista expirou, não tem outra prova, senão o boato; e boato duvidoso, pois é atribuído ao padre Lopes, que com tanto fogo realçara as qualidades do grande homem. Seja como for, efetuou-se o enterro com muita pompa e rara solenidade." O Alienista. 1855 - aos dezesseis anos, publica seu primeiro poema Ela na Marmota
Fluminense. Esse poema só foi publicado porque Paula Brito, dono de uma tipografia e de uma livraria, simpatizou-se com o rapaz e fez dele seu protegido.
1856 e 1858 - Machado trabalha como topógrafo, primeiro na Imprensa Nacional e depois na tipografia de Paula Brito. Nessa época conhece um jornalista famoso, Manuel Antônio de Almeida, e outros intelectuais.
1858 e 1867 - Machado colabora assiduamente em muitos jornais e revistas cariocas, nos publicava contos, crônicas e crítica teatral. No ano de 1857 ingressa no funcionalismo público, em que sucessivamente teve funções cada vez mais importantes e chegou a ser um funcionário de prestígio.
1869 - casa-se com Carolina Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier, que viera de Portugal para uma viagem cultural pelo Brasil. O casamento que iria durar 35 anos e ser dos mais felizes foi tumultuado, pois os pais de Carolina, portugueses preconceituosos, não queriam a união da filha com um mulato.
Carolina viria a dar ao pacato e caseiro Machado de Assis a companhia ideal em sua fase de produção literária.
1870 - Machado nos premia com uma intensa atividade literária e com sucessivas publicações: contos, romances, poesia, teatro e crítica literária.
1881 - Machado atinge sua maturidade literária e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, um romance. Essa obra vem a ser um marco na história da
Literatura Brasileira.
1882 - aparece Papéis Avulsos, uma seleção admirável de contos.
1891- aparece Quincas Borba, o mais filosófico dos romances machadianos.
1896 - é fundada a Academia Brasileira de Letras, e Machado de Assis, um ano depois, é aclamado seu presidente perpétuo.
1899 - surgem Dom Casmurro, romance, obra-prima de drama moral, e Páginas Recolhidas, seleção de contos.
1904 - é publicado o romance Esaú e Jacó, e também morre sua esposa Carolina.
1908 - morre Machado de Assis, festejado, em todos os sentidos, como o maior escritor brasileiro.