Resumo sobre Quinhentismo e Literatura de Informação
Trabalho pronto escolar de literatura sobre Quinhentismo e Literatura de Informação.
Quinhentismo e Literatura de Informação
Durante o século XVI a literatura portuguesa se espelhava nos clássicos: Virgílio, Homero; no Brasil não haviam sequer muitas pessoas que soubessem ler. A maioria das obras escritas no Brasil na época não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes. Elas são chamadas Literatura de Informação. Apenas dois autores da época podem ser considerados autores brasileiros: Bento Teixeira, o primeiro poeta do Brasil, e José de Anchieta, iniciador do teatro brasileiro.
Pero Vaz de Caminha
Pero Vaz de Caminha (1450?-1500) era o escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral e o autor da "certidão de nascimento" do Brasil. Em 1499 Caminha foi nomeado escrivão da feitoria que Cabral fundaria nas Índias. Quando Cabral chegou "acidentalmente" no Brasil, foi Caminha que escreveu ao rei de Portugal relatando a "descoberta". Do Brasil Caminha partiu para a Índia, onde morreu no final do mesmo ano nas lutas entre portugueses e muçulmanos. A Carta de Caminha ficou inédita por cerca de 300 anos, mas quando foi publicada, em 1817, ajudou a esclarecer várias questões sobre o descobrimento.
"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz! " Carta de Caminha
Pero de Magalhães Gandavo
Pero de Magalhães Gandavo ( ? - 1576?) foi um cronista que escreveu dois livros sobre o Brasil, sendo sua obra uma das melhores da Literatura de Informação. Professor de Latim, amigo de Camões (a quem dedicou uma de suas obras) e gramático, viveu algum tempo no Brasil e sobre o país escreveu Tratado da Terra do Brasil e História da Província Santa Cruz. Neles descreve a Geografia e a História das capitanias que visitou.
"Queria escrever mais miudamente das particularidades desta província do Brasil, mas porque satisfizesse a todos com brevidade guardei-me de ser comprido; posto que os louvores da terra pedissem outro livro mais copioso e de maior volume, onde se compreendessem por extenso as excelências e diversidades das cousas que há nela para remédio e proveito dos homens que lá forem viver." Tratado da Terra do Brasil
"A causa principal que me obrigou a lançar mão da presente historia, e sair com ela a luz, foi por não haver até gora pessoa que a empreendesse, havendo já setenta e tantos anos que esta Província e descoberta. A qual historia creio que mais esteve sepultada em tanto silencio, pelo pouco caso que os portugueses fizeram sempre da mesma província, que por faltarem na terra pessoas de engenho, e curiosas que per melhor estilo, e mais copiosamente que eu a escrevessem." História da Província Santa Cruz
Bento Teixeira
Bento Teixeira (1560-1618) escreveu a primeira obra de literatura brasileira: Prosopopeia, inspirada em Os Lusíadas, quando tinha apenas 20 anos. Apesar de natural de Portugal, pode ser considerado um escritor brasileiro por que se mudou para cá ainda criança e escreveu no Brasil sobre o Brasil e para brasileiros.
José de Anchieta
O padre José de Anchieta (1534-1597) foi uma das grandes figuras do primeiro século de história do Brasil. Nascido nas Ilhas Canárias, domínio espanhol, tinha parentesco com Inácio de Loiola. De saúde frágil e dedicado aos estudos, Anchieta tornou-se jesuítas aos 17 anos de idade e naquele mesmo ano partiu para o Brasil. No Brasil Anchieta criou o teatro brasileiro: autos para a catequese dos índios. Também fez poesia em latim e escreveu tratados sobre o Brasil.
"Teme a Deus, juiz tremendo,
que em má hora te socorra,
em Jesus tão só vivendo,
pois deu sua vida morrendo
para que tua morte morra." Auto de São Lourenço