Resumo sobre O Povoamento Setecentista
Trabalho pronto escolar de história sobre O Povoamento Setecentista.
Nessa trajetória de ocupação e povoamento da capitania de Mato Grosso, iniciada no governo de Rolim de Moura, outras povoadas surgiram, a exemplo de Santana da Chapada, que inicialmente se constituiu em uma grande reserva indígena, devido a determinação do governo em congregar naquela porção de capitania, tribos indígenas diversas, com objetivo de amenizar os constantes choque com as comunidades.
Esse parque indígena cuja formação ao remota a 1751, teve sua administração entregue a um padre jesuíta, que através de um trabalho de aculturação, conseguiu coloca-los em contato com a população garimpeiras das proximidades.
Toda porção territorial hoje ocupada pelo município de Chapada dos Guimarães teve sua origem em lides garimpeiras. É evidente que a incorporação da atividade agrícola na capitania de Mato Grosso tornou-se responsável pela transformação de uma população nômade em sedentária, e foi feito o fator preponderante para a origem solida de muitos núcleos populacionais. O período de 1772 à 1789 foi decisivo para a capitania de Mato Grosso e consequentemente para o país haja visto ter acontecido nessa época, o alargamento da fronteira ocidental do Estado, estendendo-se desde o Vale do Rio Guaporé até as margem do Rio Paraguai.
A política impetrada por Portugal no sentido de rechaçar os espanhóis das plagas mato-grossenses.
Para efetivação da política de expansão e povoamento, foram criados nesse período, alguns fortes e povoados. Em 1755, o 4º Capitão-general da capitania de Mato Grosso – Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, que determinou a fundação do Forte Coimbra, isto à margem direita do Rio Paraguai, no lugar denominado Fecho dos Morros, atualmente em território sul-matogrossense. Um ano após, foi a vez do Forte Príncipe da Beira, instalado a margem direita do Rio Guaporé, hoje estado de Rondônia.
Em 1778, Luís de Albuquerque fundou o povoado de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, atualmente município de Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul. Três anos após foi a vez da fundação de Vila Maria do Paraguai, hoje Cáceres.
Em 1781, foi fundado o povoado de São Pedro Del Rey, atualmente o município de Poconé. Alem do que fundou os registras do Jauru(Região Oeste) e Ínsua(Região Leste) no Rio Paraguai.
Em 1783, Melo e Cáceres determinou a fundação do povoado de Casalvasco, ocupou a margem esquerda do Rio Guaporé, e fundou o povoado de Viseu. Foi nesse período, com a intenção de incrementar os meios de comunicação através da abertura de estradas e favorecimento da navegação que se procedeu a interiorização do povoamento da capitania de Mato Grosso, fato que ocorreu não só naquelas áreas propicias à mineração, mas também naquelas cujo solo favoreceu a introdução de um agricultura ainda embrionária. No século XIX, referenciamos a ocupação de povoados desenvolvimentistas, hoje constituídas pelos municípios de Barra do Garça, Rosário Oeste, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio de Leveger.
Os primeiros povoados no município de Barra do Garças, e da margem esquerda do Rio Araguaia, foi o Arraial do Araés, mais tarde denominado Santo Antônio do Amarante, por volta de 1752.
Entre Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá e Goiás, existia um posto de fiscalização de minérios, denominado Registro de Ínsua. Este posto, transferido para as margem do Rio Araguaia, tornou-se embrião de uma povoação, hoje conhecida pelo nome de Araguaia. Em 1895, com a descoberta de riquíssimas minas de diamantes. Tal fato permitiu que, forte fluxo migratório se arranchasse às margens dos rios Garça e Araguaia, povoando a vastíssima região, com gente vinda de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Maranhão.
Na área do atual município de Nossa Senhora do Livramento, a mineração aurífera se constituiu na célula mater de sua ocupação. O povoamento dessa região foi iniciada por paulistas vindo de Sorocaba, que iniciaram a lida garimpeira as margens do Riberão dos Cocais.
Como ocorria em toda região de novas lavras, o fluxo populacional foi grande, que provocou o aceleramento desenvolvimentista.
Adversamente a ocupação de grande porção da capitania de Mato Grosso, a das áreas onde atualmente se localizam os municípios de Santo Antônio do Leveger e Barão de Melgaço não se faz embasada na mineração, mas sim na fertilidade das terras, das matas que margearam toda a vasta ribeirinha, no baixo Cuiabá. O inicio do povoamento no século XVIII e seus primeiros habitantes constituíram-se não só de pessoas desgarradas das bandeiras que aportavam em Cuiabá, mas também daqueles que buscaram fugir da penúria que por longo tempo reinou no povoado.
Ainda no século XVIII, inúmeros outros povoados floresceram em território mato-grossense. É bem verdade que desses, alguns nasceram e gradativamente prosperaram, dando origens a centros que hoje compõe parte da estrutura política, econômica e administrativa do estado.
Outras tiveram duração efêmera, ou mesmo passaram por vários estágios de povoamento, a exemplo da região de Diamantino. Sua ocupação e povoamento iniciou-se em 1728, com a fundação do Arraial do Alto Paraguay, por ocasião da descoberta de diamantes no leito do Rio Diamantino.
A coroa Portuguesa se reservava o privilegio e direito exclusivo de das minas diamantiferas, foi determinado na época a proibição da extração desse minério. Por outro lado eram demasiadamente fartas as veias auríferas da área, o que permitiu não só o seu crescimento populacional, mas também clandestinidade da exploração diamantíferas. Essas determinações reais que provocaram o total êxodo do Arraial, persistiram até 1805. A partir dessa data ficou liberada a exploração do ouro, com a do diamante permanecendo na clandestinidade. É importante observar que no período entre 1805 e 1825, essa porção do território mato-grossense experimentou o maior dinamismo de todo o seu processo ocupacional. Em estreita ligação com a navegação fluvial do Rio Arinas, que através do Rio Jurema, atingiu o Rio Tapajós, por onde se penetravam em território amazonense e paraense. Essa via tornou-se fundamental não só para a entrada de migrantes para essa porção territorial, mas também se transformou na principal via comercial com outras provícias brasileiras – Amazonas e Acre.
Deve ser enfatizado que a configuração geográfica do Estado de Mato Grosso, abrangia os atuais Estados de Mato Grosso do Sul e Rondônia. Porem o desmembramento territorial não fracionou nem individualizou a historia.
Mato Grosso do Sul teve seu processo de ocupação populacional totalmente divergente do ocorrido no Estado remanescente.
De certa forma, foram estes fatores os responsáveis, durante longo período da historia mato-grossense pela desigualdade do estagio de desenvolvimento de ambas regiões. Enquanto o norte teve como fator básico de seu povoamento a mineração, ciclo econômico que se caracteriza pelo nomadismo, o sul teve sua ocupação baseada na agropecuária, sistema econômico que favorece a fixação do homem à terra. Logo, o norte e o sul da então província de Mato Grosso estiveram totalmente desvinculadas desde o princípios de sua ocupação.
Nenhuma influencia exerceu a porção sul, a não ser a nível da colônia, na medida em que se tornou possível assegurar a soberania portuguesa nessa porção do território.