Resumo sobre o Ciclo da Borracha
Trabalho pronto escolar de história sobre o Ciclo da Borracha.
Ciclo da Borracha
Quando os navegadores europeus chegaram à América, foram surpreendidos por nativos usando estranhas capas e sapatos e, não raro, rolando bolas disformes de borracha. O látex era utilizado pelos povos americanos para impermeabilizar roupas e utensílios e foi assunto de inúmeros relatos desde Colombo.
A Europa só conheceria a goma em 1743, quando um viajante francês a serviço da Academia de Ciências de Paris levou amostras do látex ao velho mundo. Desde então, o interesse pela utilização do chamado leite da seringa movimentou a indústria e sacudiu a Amazônia.
Em todos estes séculos, muitos pioneiros estiveram envolvidos na melhoria do beneficiamento da borracha mas foi somente com a descoberta do processo de vulcanização do látex, através de um acidente de laboratório, quando Charles Goodyear derramou enxofre no seu preparado químico, que a borracha alcançou o seu estágio industrial. Entretanto, o sistema de extração do látex natural mudou pouco e não deixou de ser artesanato feito no interior da maior floresta do mundo. As árvores dispersas na floresta obrigam o seringueiro a andar longas distâncias e a retirada do produto da floresta depende de embarcações primitivas e transporte humano.
Apesar da dificuldade, o primeiro surto de exploração da borracha foi no início do século XX e a riqueza gerada deixou marcas suntuosas nas cidades de Belém e Manaus, principais centros exportadores. Depois de um período de declínio, os seringais voltaram a ser exigidos durante a Segunda Guerra Mundial quando a necessidade de suprimento de borracha para forças aliadas deu importância estratégica à Amazônia e patrocinou um intenso fluxo migratório transformando sertanejos nordestinos em seringueiros amazônicos, cujo representante mais conhecido neste final de século é o acreano Chico Mendes.
Livro e ficha técnica
Brasil 500 anos de Imagens : Ciclo da Borracha
O trabalho fotográfico que será apresentado no livro vai percorrer, do oeste para o leste, o caminho inverso dos nordestinos que abandonaram o sertão em busca do ouro branco da floresta. Estes pioneiros deixaram nas árvores seringueiras a história de mais de um século de exploração de um produto que por algumas décadas colocou o Brasil em posição estratégica no tabuleiro do comércio mundial.
O livro vai recuperar em cidades como Rio Branco, Manaus, Belém e Porto Velho - construídas com os recursos gerados pela borracha - as marcas do apogeu de uma cultura que teve grande expressão nas artes e na arquitetura e construiu boa parte de algumas fortunas de fazendeiros do sul.
A história da borracha desde os seus primórdios até as oscilações de picos de produção e decadência dos maiores seringais nativos, vítimas da concorrência com os seringais de plantio implantados na Malásia. A riqueza da biodiversidade amazônica, palco de infinitas micro transformações biológicas que somente ao final desde século passou a ser melhor entendida pela comunidade científica e valorizada pelos movimentos sociais. A biocultura dos povos tradicionais no trato com a produção natural e as grandes plantações de seringueiras realizadas nas regiões sudeste e centro-oeste do Brasil.
Na coletânea, será retratada a resistência cultural e o cotidiano dos seringueiros, peças chaves no manejo artesanal da extração e processamento do látex. Serão revelados os tesouros da floresta cuja maior importância é mostrar como uma população se adaptou e aprendeu com os índios a viver como parte integrante de um ambiente natural e que teve na figura de Chico Mendes a maior referência nesta segunda metade do século vinte.