Resumo sobre a Revolução de 30

Trabalho pronto escolar de história sobre a Revolução de 30.

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Resumo sobre a Revolução de 30

Para compreender a revolução de 30 é necessário conhecer os fatos que antecederam-na. Leia o texto sobre Washington Luís para entender como estava o Brasil neste período. 

Com a eleição de Júlio Prestes parecia ter passado o "momento revolucionário". Entretanto, ao reabrir-se o Congresso, a 3 de maio, verificaram-se sérias divergências entre parlamentares da oposição e a maioria governista. 

Um fato imprevisto agravou a crise que se reacendera: foi assassinado a 26 de julho, numa confeitaria do Recife, o governador da Paraíba, João Pessoa. Embora o assassino fosse motivado por questões da política paraibana, tendo João Pessoa figurado como candidato à vice-presidência, juntamente com Getúlio Vargas, provocou sua morte grande comoção nacional. 

Preparou-se a revolução. No dia determinado, 5 de outubro de 1930, Osvaldo Aranha e Flores da Cunha iniciam o movimento tomando, com apenas 50 homens, o Quartel-general de Porto Alegre. Simultaneamente eclodia a revolução em Minas Gerais e na Paraíba. 

Iniciando o levante no Recife, Juarez Távora, em pouco tempo pôs em fuga o governador de Pernambuco Estácio Coimbra. Em breve o Norte e o Nordeste do país estavam em poder dos revolucionários. 

Seguro da vitória da revolução naquelas regiões, empreendeu Juarez Távora sua marcha em direção à região Leste atravessando Alagoas, Sergipe e atingindo a Bahia. 

No Sul, as forças revolucionárias comandadas por Getúlio Vargas depois de enfrentar pequena resistência no Rio Grande do Sul, encaminharam-se em direção a Santa Catarina e Paraná. Quando se preparavam para atacar Itararé, posição bem defendida e considerada imprescindível para a ocupação de São Paulo, um grupo de generais e almirantes sediados no Rio, resolveu intervir, depondo o Presidente Washington Luís. Formou-se assim uma Junta Pacificadora composta pelo general Mena Barreto, general Tasso Fragoso e almirante Isaías Noronha. Não sabemos se a Junta Pacificadora estava comprometida com os revolucionários, se desejava mudar o encaminhamento da revolução ou se, patrioticamente, agiu para evitar mais derramamento de sangue e as conseqüências de uma guerra civil. Admitiu, sem resistência, a liderança de Getúlio Vargas, que, chegando ao Rio a 3 de novembro de 1930, assumiu provisoriamente o governo da República como delegado da Revolução, em nome do Exército, da Marinha e do Povo. Estava vitorioso o movimento. 

Washington Luís Pereira de Sousa

1926-1930

O período governamental que encerraria a "República Velha" teve início a 15 de novembro de 1926, quando tomaram posse nos cargos de presidente e vice-presidente Washington Luís e Fernando de Melo Viana. 

Duas grandes preocupações destacam-se no programa administrativo do novo governo: construção de estradas e reforma financeira. Logo são iniciadas as grandes rodovias Rio - São Paulo e Rio - Petrópolis, esta última visando posteriormente a Belo Horizonte. Atribuiu-se a Washington Luís o lema "governar é construir estradas". Empenharam-se também o governo em conseguir estabilização monetária mediante a formação de reservas em ouro, inicialmente obtido através de empréstimos. 

De maneira geral, entretanto, nossa situação econômica não era boa. Nosso principal produto, o café, desde 1925 ultrapassara suas possibilidades de exportação em virtude do crescimento contínuo dos cafezais; bastaria dizer que, sendo a produção anual média de 21 milhões de sacas, poderíamos encontrar mercados compradores apenas para 14 milhões. Convém lembrar que, garantindo a manutenção de preços compensadores para o café, já haviam os governos passados negociado empréstimos em condições onerosas. Além disso, praticamente não mais se exportava borracha e o cacau sofria uma série crise. 

Politicamente também não era boa a situação do país. A representação popular sempre fora uma farsa. As fraudulentas eleições, feitas pelos chefes políticos ou "coronéis", se por um lado mantinham no poder seus representantes, por outro provocavam um natural desejo de reformas, que encontraria eco, sobretudo, entre a oficialidade mais jovem. Gerou-se assim o "tenentismo" que admitia ser a corrupção o vício fundamental do regime, contra o qual, aliás, estruturalmente nada de especial tinha a opor. 

A escolha dos candidatos à sucessão presidencial funcionará como um estopim para a mais importante revolução da história republicana. Apresentavam-se como prováveis candidatos Júlio Prestes, Getúlio Vargas e Antônio Carlos de Andrada. 

Júlio Prestes, governador de São Paulo, fora líder do governo na Câmara Federal e em torno do seu nome giravam as simpatias do Catete. 

Getúlio Vargas, deixando a Pasta da Fazenda, ocuparão governo do Rio Grande do Sul. O grande Estado sulino, em virtude das divisões e ressentimentos locais, jamais conseguira coesão política suficiente para que um rio-grandense exercesse a presidência da República, não obstante Pinheiro Machado ter conseguido, conforme vimos anteriormente, uma verdadeira hegemonia entre os grandes chefes políticos do país. Mesmo no Império jamais um gaúcho fora indicado para a presidência do Conselho de Ministros. Vargas compreendeu bem o problema. Sucedendo a Borges de Medeiros, tratara de apaziguar os grupos políticos antagônicos do seu Estado, formando uma "frente única". 

Antônio Carlos de Andrada, governador de Minas Gerais, aspirava também à sucessão presidencial. Suas possibilidades enquadravam-se na política tradicional de alternância no poder de paulistas e mineiros, chamada pelo povo de política "café com leite", pois representava a força econômica dos grandes Estados: São Paulo (produtor de café) e Minas Gerais (produtor de lacticínios). 

Os entendimentos políticos evoluíram no sentido de agruparem-se em torno de Getúlio Vargas as forças da oposição. Consequentemente Minas Gerais e Rio Grande do Sul transformavam-se em dois grandes focos de rebeldia à política dominante. Na Paraíba contariam com o apoio de João Pessoa, candidato à vice-presidência. Formou-se assim a chamada "Aliança Liberal". 

A frase de Antônio Carlos "façamos a revolução, antes que o povo faça" demonstra que se admitia a existência de um clima revolucionário. Já era o "tenentismo" realmente uma foça ponderável e, ao chegarem ao Brasil os efeitos do colapso da Bolsa de Nova York (outubro de 1929), aumentaram as possibilidades de uma solução armada. A crise de 1929 alastrara-se pela Europa, atingindo também São Paulo como tradicional fornecedor de café aos países estrangeiros conturbados financeiramente pela grande depressão. O Brasil perdeu o seu maior mercado consumidor: Os EUA. Enfraquecera-se pois, o Estado no qual o governo federal depositava suas esperanças. 

Realizaram-se, contudo, as eleições para os cargos de presidente e vice-presidente da República no prazo previamente determinado. Seu resultado foi favorável a Júlio Prestes e Vital Soares, que não chegariam a tomar posse, pois, vinte e dois dias antes de terminar o mandato presidencial de Washington Luís a revolução já estava nas ruas. Foi aí que se iniciou a Revolução de 30.