Resumo sobre a Proclamação da República
Trabalho pronto escolar de história sobre a Proclamação da República.
Em setembro de 1889, Deodoro da Fonseca, que servia em Mato Grosso, voltou ao Rio de Janeiro, no momento em que ocorria novos choques entre o governo e os militares.
Em relação ao Visconde de Ouro Preto, Deodoro tinha dois grandes motivos de ressentimento. O primeiro fora a nomeação de Gaspar Silveira Martins, seu grande inimigo, para a presidência do Rio Grande do Sul; o segundo, a presidência da Província de Mato Grosso, oferecia a Cunha Matos, com quem Deodoro se dispusera.
Os republicanos, sabendo do descontentamento de Deodoro, bem como de seu grande prestígio entre os homens de farda, procuraram ganhá-la para a conspiração, pois entendia que, com o apoio dos oficiais, a República poderia surgir segura e rápida.
O último gabinete da monarquia estava sob a direção do Visconde de Ouro Preto. Homem experimentado e enérgico, tendo já servido como ministro em gabinetes anteriores, não passou despercebido a Ouro Preto o declínio do prestígio imperial. Em consequência, orientou sua situação contra a fermentação revolucionária das Forças Armadas e contra a propaganda republicana.
Em 9 de novembro de 1889, a oficialidade do Rio de Janeiro, reunia no Clube Militar, confiou a Benjamin Constant a chefia do movimento destinado a combater as medidas governamentais de Ouro Preto, considerados ofensivas ao Exército.
Na noite do dia 10, após uma longa discussão, Constant convenceu Deodoro, então gravemente enfermo, a participar de uma conspiração para a deposição do gabinete de Ouro Preto. Na ocasião, foi acertado que o golpe seria dado na noite de 17 de novembro.
Espalhando o major Sólon Sampaio Ribeiro o boato da prisão de Deodoro e de Benjamin Constant, precipitaram-se os acontecimentos. Constant e o velho Marechal Deodoro aproveitaram a agitação das tropas e, na madrugada de 15 de novembro de 1889, conduziram-nas para o Campo de Santana, onde, numa sala do quartel-general, estava reunido o ministério, já informado sobre a suspeita movimentação das tropas.
Por preocupação, no pátio interno e na frente dos edifícios, haviam sido colocados, pelo governo, 2000 homens, entre soldados e marinheiro. Essas tropas permaneceram impassíveis até o desfecho do drama. Prestaram continência a Deodoro e lhe deram vivas.
Vendo-se sem defesa, Ouro Preto, depois de consultar seus colegas de gabinete, resolveu passar ao Imperador, então em Petrópolis, um telegrama, em que lhe comunicava as últimas ocorrências a pedia demissão.
Logo após, estava Deodoro na sala onde se encontrava o ministério demissionário, criticando asperamente a conduta política de Ouro Preto, em relação aos militares.
Não se pode afirmar que Deodoro desejasse de fato proclamar a República. Eram notórias as suas ligações com a família imperial e muito sintomáticas as referências que fez naquele momento á amizade que unia ao Imperador. Talvez admitisse, intimamente, como soluções, apenas a mudança do gabinete de Ouro Preto; porém Deodoro tinha avançado muito e, por isso, não mais lhe seria possível recuar.
Nas janelas do quartel-general, muitos militares já estavam saudados a República, secundado por seus companheiros e civis que, no Campo de Santana, aguardavam o desenrolar dos acontecimentos.
Republicanos convictos, como os militares Benjamin Constant e Sólon Sampaio Ribeiro, por meio de declaração incisivas, obrigaram Deodoro a tomar a decisão final. Seu prestígio militar acabaria transformando um sonho em realidade: a que do Trono e a implantação do regime republicano.
Dom Pedro II ainda procurou salvar a monarquia, sugerindo a formação de um ministério sob a orientação de Silveira Martins, inimigo pessoal de Deodoro. Alertado sobre esse fato, o velho imperador propôs o nome do Conselheiro José Antônio Saraiva, para o cargo anteriormente ocupado por Ouro Preto. Entretanto, a ação do soberano viera muito tarde. Já nas primeiras horas do dia 16, o Diário Oficial publicava a notícia de ter sido proclamada a República e da organização de um governo provisório.
O novo regime era um fato consumado. No dia 17, a família imperial embarcava para o exílio. Este movimento resultou da união de três forças sociais: “Exército, fazendo do Oeste paulista e a classe média urbana”.
A participação popular foi nula. Segundo Aristides Lobo, “O povo assistiu a tudo bestializado, pensando tratar-se de uma parada militar.”