Resumo sobre a Missão Francesa

Trabalho pronto escolar de história sobre a Missão Francesa.

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Resumo sobre a Missão Francesa

A Missão Artística Francesa chegou ao Brasil em 1816, chefiada por Joachin Lebreton. Dela faziam parte, entre outros artistas, Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny. Esse grupo organizou, em agosto de 1816, a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios. Essa instituição teve seu nome alterado muitas vezes, até ser transformada, em 1826, na Imperial Academia e Escola de Belas-Artes. 

  Taunay (1755-1830) é considerado uma das figuras mais importantes da Missão Francesa. Na Europa, participou de várias exposições e na corte de Napoleão foi muito requisitado para pintar cenas de batalha. 

  No Brasil, as pinturas de paisagens foram suas criações mais famosas, Durante os cinco anos que aqui permaneceu, produziu cerca de 30 paisagens do Rio de Janeiro e regiões próximas. Entre elas está "Morro de Santo Antonio" em 1816. 

  Debret ( 1768-1848) é certamente o artista da Missão Francesa mais conhecido pelos brasileiros, pois seus trabalhos, que documentavam a vida no Brasil durante o século XIX, são muito reproduzidos nos livros escolares. 

  Em 1791, Debret já era uma artista premiado na Europa e, nos primeiros anos do século XIX, recebia encomendas da corte francesa para pintar quadros com temas relacionados ao Imperador Napoleão. Em 1816, tendo decidido viajar, veio para o Brasil, aqui permanecendo até 1831. 

  A obra que realizou no Brasil foi imensa: retratos da família real, pintura de cenário para o Teatro São João e trabalhos ornamentais da cidade do Rio de Janeiro para festas públicas e oficiais, como para as solenidades da Aclamação de Dom João VI. Foi também professor de Pintura  Histórica na Academia de Belas-Artes e realizador da primeira exposição de arte no Brasil, inaugurada a dois de dezembro de 1829. 

  Seu trabalho mais conhecido dos brasileiros é uma obra em três volumes denominada Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. O primeiro volume, de 1834, cujo assunto são os indígenas brasileiros, contém 36 ilustrações que documentam seus usos e costumes. O segundo volume, de 1835, focaliza a sociedade do Rio de Janeiro e contém 48 ilustrações. O terceiro volume, de 1839, é composto de 66 ilustrações com assuntos diversos: paisagens do Rio de Janeiro, retratos imperiais, estudos de condecorações e plantas e florestas do Brasil. 

  No campo da arquitetura, a Missão Francesa desenvolveu o estilo neoclássico, abandonando os princípios barrocos. O principal arquiteto responsável por essa alteração na arte de construir foi Grandjean de Montigny ( 1772-1850), autor do projeto do prédio da Academia de Belas-Artes, erguido em 1826. 

  Além dessa construção, destacam-se como edifícios neoclássicos da época a "Casa da Moeda" e o "Solar dos Marqueses de Itamarati". Esse último foi projetado por José Maria Jacinto Rebelo, aluno de Montigny. O Solar dos Marqueses serviu posteriormente de sede ao Ministério das Relações Exteriores, com o nome de Palácio do Itamarati, durante o período em que a cidade do Rio de Janeiro foi a capital do país. 

  OS PRIMEIROS ESTUDANTES DA ACADEMIA 

A Academia e Escola de Belas-Artes abriu seus cursos em novembro de 1826, e Manuel de Araújo Porto Alegre, um gaúcho, foi um de seus primeiros alunos. Já em 1827 começou a frequentar as aulas de arquitetura e pintura. A partir daí desenvolveu seus inúmeros talentos no desenho, na pintura - sobretudo como paisagista - e na caricatura. Mais tarde, foi ainda professor de desenho e pintura, crítico de arte, poeta, escritor e teatrólogo. Quase 30 anos após sua matrícula da academia, Porto Alegre foi seu diretor. 

Porto Alegre é considerado um grande incentivador das atividades artísticas daquela escola. Mas os estudantes mais talentosos foram Augusto Müller e Agostinho José da Mota. 

Augusto Müller (1815- ?) nasceu na Alemanha e veio para o Rio de Janeiro ainda criança. Sua obra pictórica abrange a pintura histórica, o retrato e a paisagem. Entre os retratos feitos por Müller estão o expressivo Retrato de Grandjean de Montigny, atualmente na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o Retrato de Dona Antonia Alves de Carvalho. 

Agostinho José da Mota ( 1821-1878), por sua vez, começou a frequentar a Academia em 1837 e tornou-se famoso como pintor de paisagens. Foi o primeiro artista brasileiro a obter o prêmio de viagem à França, em 1850, como paisagista. Mas ele pintou também naturezas mortas, tema em que igualmente se destacou. 

ARTISTAS EUROPEUS INDEPENDENTES DA MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA 

Além dos artistas da Missão Francesa, vieram para o Brasil, no século XIX, outros pintores europeus motivados pela  paisagem luminosa dos trópicos e pela existência de uma burguesia rica e desejosa de ser retratada. 

É nessa perspectiva que se situa, por exemplo, a obra do francês Claude Joseph Barandier (? - 1867), que chegou ao Rio de janeiro por volta de 1840, tornando-se um dos retratistas mais ativos da nobreza e da sociedade carioca. É o caso também de Auguste Petit (1844-1927), que veio para cá em 1864 e dedicou-se a retratar Dom Pedro II e as pessoas da corte. Mas dos artistas que não participaram da Missão Francesa, os mais importantes pelas obras que realizaram foram Thomas Ender e Johann-Moritz Rugendas. 

Thomas Ender (1793-1875) era austríaco e chegou ao Brasil em 1817, junto com a comitiva da Princesa Leopoldina. Viajou pelo interior, retratando paisagens e cenas da vida do nosso povo em Minas Gerais, São Paulo e no Rio de Janeiro. Sua obra compõe-se de 800 desenhos e aquarelas, técnica com a qual criou expressivas cenas brasileiras. 

Johann-Moritz Rugendas (1802-1868), artista de origem alemã, esteve no Brasil entre 1821 e 1825. Além do nosso país, visitou vários outros da América Latina, como o México, Chile, Argentina, Bolívia e Uruguai, documentando, por meio de desenhos e aquarelas, a paisagem e os costumes dos povos que conheceu. 

Do tempo em que esteve no Brasil, deixou um livro, Viagem Pitoresca através do Brasil, contendo 100 desenhos. Rugendas pintou ainda retratos a óleo, como o de Dom Pedro II e da Princesa Dona Januária, conservados no Museu Nacional de Belas Artes. Mas foi no desenho que o artista encontrou a melhor maneira de expressar sua percepção dos países visitados, deixando-nos uma preciosa documentação não só dos costumes brasileiros, mas também dos povos latino - americanos com os quais conviveu.